As dez cidades mais poluídas do mundo

Um rol macabro que funciona como alerta para as mazelas causadas pelo desrespeito ambiental…

Confira a lista dos locais mais detonados do planeta, elaborada pelo Blacksmith Institute, organização ambientalista internacional:

10. PODREIRAS DO CARIBE
Onde - Haina, República Dominicana
Tipo de poluição - Chumbo
População Afetada - 85 mil pessoas
Quem acha que no Caribe só rolam praias paradisíacas e ar puro está muito enganado. Em Haina, na República Dominicana, o pessoal respira é chumbo! O ar por lá é carregado de partículas desse metal, herança de uma fábrica de reciclagem de baterias que fechou as portas em 1997.

Consequências da podreira - Sérios danos oculares e problemas neurológicos, deformidades de nascimento e até a morte.

9. BANHO FATAL
Onde - Kabwe, Zâmbia
Tipo de poluição - Chumbo e outros metais
População Afetada - 255 mil pessoas

Décadas de mineração e fundição pesada espalharam pó de chumbo e de outros metais pra tudo quanto é lado na cidade de Kabwe. Para piorar, o mesmo rio que serve de hidrovia para o transporte de resíduos da fundição é o local onde as criancinhas do lugar se banham...

Consequências da podreira - O nível de chumbo no sangue das crianças é de cinco a dez vezes mais alto do que o aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em muitos casos, está perto daquele considerado fatal.

8. HERANÇA SOVIÉTICA
Onde - Sumgayit, Azerbaijão
Tipo de poluição - Produtos químicos orgânicos, petróleo e metais pesados
População Afetada - 275 mil pessoas
Um dos grandes centros industriais da era soviética, a cidade de Sumgayit tinha mais de 40 fábricas de produtos químicos e agrícolas, que lançavam até 120 mil toneladas de tóxicos por ano na atmosfera. Se a maioria das indústrias fechou, a podreira continua na ativa.

Consequências da podreira - A taxa de incidência de câncer em Sumgayit é até 50% maior do que no resto do Azerbaijão, sendo que o índice de mortes pela doença é 10% mais alto. Muitos bebês nascem prematuros e com defeitos genéticos, como falta de cérebro.

7. MAZELA NUCLEAR
Onde - Chernobyl, Ucrânia
Tipo de poluição - Radiação
População Afetada - 5 milhões de pessoas
O maior acidente nuclear da história, ocorrido em 1986, em Chernobyl, literalmente bombardeou a cidade, tendo liberado uma radiação cem vezes maior do que a das bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Até hoje a região em volta da usina está inabitável.

Consequências da podreira - De 1992 a 2002, na Bielo-Rússia, Rússia e Ucrânia, mais de 4 mil casos de câncer na tireoide foram diagnosticados entre crianças e adolescentes. Males como lesões de pele, doenças respiratórias, infertilidade e defeitos congênitos eram rotina nos anos seguintes ao acidente, e estima-se que os danos se propagarão para as gerações futuras.

6. AR PESO PESADO
Onde - Norilsk, Rússia
Tipo de poluição - Metais pesados no ar
População Afetada - 134 mil pessoas
Norilsk tem o maior complexo de fundição de metais pesados do mundo. Já o ar local tem odor de enxofre, e a expectativa de vida dos operários das fábricas é dez anos mais baixa do que a média no país. Tudo por causa das 500 toneladas de óxido de cobre e níquel e 2 milhões de toneladas de dióxido de enxofre lançados por ano na atmosfera!

Consequências da podreira - Altas taxas de câncer de pulmão, doenças respiratórias e nervosas, além de elevados índices de aborto. O ar poluído responde por quase 40% das mortes entre as crianças.

5. CRIME E CASTIGO
Onde - Dzerzhinsk, Rússia
Tipo de poluição - Química
População Afetada - 300 mil pessoas
Há décadas, o forte de Dzerzhinsk é a fabricação de armas químicas. Mas o forte também é a poluição. Ao longo dos anos, cerca de 300 mil toneladas de resíduos químicos foram parar no lençol freático. Em alguns locais, a água virou uma lama esbranquiçada supertóxica.

Consequências da podreira - No cemitério local, há um número chocante de túmulos de pessoas abaixo dos 40 anos. A expectativa média de vida é de apenas 44 anos.

4. CHUMBO GROSSO
Onde - La Oroya, Peru
Tipo de poluição - Cobre, chumbo e zinco
População Afetada - 35 mil pessoas
Desde 1922, os moradores de La Oroya penam com os resíduos da mineradora americana Doe Run Corporation. A situação é tão grave que, vira e mexe, o governo local adota planos emergenciais aconselhando a população a não sair de casa até que o ar esteja minimamente respirável.

Consequências da podreira - 99% das crianças locais têm o nível de chumbo no sangue maior que os limites estabelecidos pela OMS, sofrendo, entre outras coisas, de sérios anos de desenvolvimento mental.

3. VALE DA MORTE
Onde - Sukinda, índia
Tipo de poluição - Cromo e outros metais
População Afetada - 2,6 milhões de pessoas
Com 97% dos depósitos de minério de cromita da Índia, o vale de Sukinda é quase uma mineração a céu aberto, com várias minas operando sem plano de gestão ambiental. O resultado: mais de 30 milhões de toneladas de resíduos de cromo e outros metais pesados são excretadas nas zonas vizinhas e às margens do rio Brahmani, única fonte de água “potável” dos moradores.

Consequências da podreira - Sangramento gastrointestinal, tuberculose, asma, infertilidade, defeitos congênitos e abortos.

2. HEAVY METAL
Onde - Tianying, China
Tipo de poluição - Chumbo e outros metais pesados
População Afetada - 140 mil pessoas
Tianying é uma das maiores bases produtoras de chumbo da China, sendo responsável por metade da produção total do país. Só que o baixo nível tecnológico, operações ilegais e a falta de medidas de controle ambiental levaram a uma situação calamitosa. A concentração média de chumbo no ar e solo é até dez vezes maior que os padrões aceitáveis!

Consequências da podreira - QI mais baixo, dificuldade de crescimento, problemas auditivos e visuais, dores de estômago, irritação do cólon, disfunção renal, anemia e danos cerebrais.

1. CARVÃO ASSASSINO
Onde - Linfen, China
Tipo de poluição - Mineração de carvão
População Afetada - 3 milhões de pessoas
O desonroso primeiro lugar da lista do Blacksmith Institute fica com a cidade chinesa de Linfen, um dos maiores centros de produção de carvão do planeta. O volume de pó de carvão no ar é tão grande que os moradores chegam a engasgar quando respiram! Para piorar, grande parte das minas não é regulamentada e desvia os escassos recursos hídricos da região para usar na mineração.

Consequências da podreira - Bronquite, pneumonia, lesões de pele, doenças vasculares, hipertensão e altas taxas de incidência de câncer. A arsenicose, doença causada pela ingestão de arsênio na água, está em níveis dramáticos na area.

Luciana Araújo Martins
Revista Mundo Estranho – 10/2009

O lugar mais frio do mundo

Ele fica nos confins do Polo Sul, nunca foi visitado por ninguém e pode revolucionar a astronomia.


Ainda existe um lugar, na Terra, onde o homem jamais pisou. Ele se chama Ridge A (“cordilheira A”, em inglês), fica a 4 mil metros de altitude – 30% mais alto que a cidade de La Paz, na Bolívia – e está a 600 quilômetros do Polo Sul. Mas a principal característica desse lugar, que acaba de ser revelado por imagens de satélite, é outra: Ridge A é o ponto mais frio da face da Terra, com temperatura média de 70 graus negativos. Até então, acreditava-se que o lugar mais frio do mundo fosse o lago Vostok, na Antártida, que chegou a registrar 90 graus negativos.

Mas isso foi uma exceção. “Na média, Ridge A é muito mais frio do que o lago Vostok ou qualquer outro lugar conhecido”, afirma Will Saunders, astrônomo da Universidade de New South Wales e descobridor do lugar. Ridge A é muito hostil para a vida – se é que existe alguma por lá –, mas perfeito para a ciência. O céu extremamente limpo, com poucas nuvens e sem água (a umidade relativa do ar é praticamente zero), faz de Ridge A o lugar perfeito para a instalação de um telescópio. “É o lugar mais próximo do espaço que você pode alcançar sem sair da Terra”, afirma o cientista atmosférico Patrick Minnis, da Nasa.

O telescópio de Ridge A será 3 vezes mais nítido do que qualquer outro instalado no planeta e terá imagens tão boas quanto as do Hubble. A primeira expedição a Ridge A está prevista para o ano que vem, e o telescópio deverá ser construído pela China e pela Austrália, dona do território. Quando ficar pronto, em 2012, será controlado a distância por um sistema de computadores – o lugar é inóspito demais para viver. A descoberta é o último passo de uma corrida científica no Polo Sul, que vai ganhar telescópios construídos pelos EUA, pela Itália e pela França.

Juliana Cunha
Revista Superinteressante – 11/2009

COP15: sucesso ou fracasso?

A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Copenhague, foi a maior reunião diplomática da história. Resultou em frustrações, visto que as expectativas eram grandes, mas, também, em avanços significativos. Nós do Planeta Sustentável, depois de acompanhar as negociações - no Brasil e em Copenhague -, concluímos que há muitos motivos para otimismo


O mundo não será o mesmo depois da COP15. Haverá, é claro, muito para se fazer ainda. Mas há também notícias positivas. A primeira delas é que o mundo todo tomou consciência do problema. A segunda é que os Estados Unidos e a China, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE), concordaram em participar do acordo pela primeira vez, com metas. É um avanço significativo. Dá um claro sinal às empresas daqueles países – e do mundo -- de que o aquecimento deixa de ser uma preocupação ambiental movida por altruísmo e se firma como questão geopolítica e estratégica.

O papel do Brasil merece destaque. O país, que até pouco, mostrasse pouco entusiasmo pela questão pode ser considerado hoje um dos lideres mundiais no que tange ao aquecimento global. Ficou claro, ainda, que o debate sobre o assunto vai estar no centro da próxima campanha para presidente no nosso país. Os três pré-candidatos - José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva - estiveram atuantes no COP15. E a questão do aquecimento esteve, pelo menos durante a conferência, no centro da grande imprensa brasileira, com direito a manchetes nas primeiras páginas dos jornais e revistas.

Saímos de Copenhague com outra certeza, a de que o aquecimento global não será resolvido apenas pelos governos. A tarefa é gigantesca. Todos nós: empresas, mídia, indivíduos e governo precisamos contribuir e muito. Trata-se de uma questão de solidariedade para com as novas gerações. E também de uma importante questão econômica. A luta continua. Vamos trabalhar para, em 2010, darmos outro passo, ainda maior. A questão veio para ficar. A humanidade precisa resolvê-la para poder caminhar tranqüila.

Caco de Paula e Matthew Shirts
Planeta Sustentável - 22/12/2009